Em princípio de fevereiro último, o Programa de Pós-Graduação em Estudos Antrópicos na Amazônia foi responsável pela proposição de Acordo de Colaboração Interuniversitária entre UFPA e a Universidade do Québec em Abitibi-Temiscamangue (UQAT), localizada na Província do Québec, no Canadá. A partir de contato entre o Vice-Coordenador do PPGEAA, Prof. Dr. José Guilherme Fernandes, e o professor e pesquisador Dr. Benoit Éthier, da Escola de Estudos Autóctones, da UQAT, instituiu-se a parceria em estudos e pesquisas, o que vem  ao encontro dos objetivos de nosso Programa, atuante em questões relativas à antropização de populações na Amazônia e os consequentes impactos socioambientais, e da finalidade da Escola de Estudos Autóctones, localizada em região canadense (Abitibi-Temiscamangue) profundamente impactada pela exploração mineral.

Certamente será o início de profícua relação de intercâmbio e de colaboração entre os dois países, que passaram e passam pelos mesmos processos de colonialidade de suas populações nativas e originárias. 

Sendo assim, o objetivo de nossa parceria é: (1) estabelecer uma rede de pesquisadores e organizações autóctones/indígenas em nível internacional para criar uma parceria em torno da descolonização da educação escolar em contextos indígenas (rede); (2) inventariar, desenvolver e avaliar iniciativas para promover o conhecimento indígena nas escolas das comunidades autóctones parceiras (pesquisa e desenvolvimento); e (3) disseminar em quatro idiomas (francês, inglês, espanhol e português) as ferramentas, programas e abordagens educacionais desenvolvidas por e para as comunidades autóctones parceiras (disseminação do conhecimento).

Vale destacar que a aproximação entre Brasil, particularmente a Amazônia, e Canadá se justifica pela natureza geográfica e demográfica dos dois países. Ambos apresentam grande extensão territorial e grande população indígena (autóctones), além de haver estreita relação de problemas ambientais relativos aos grandes empreendimentos desenvolvimentistas, que impactam a natureza e as populações originárias. Sendo assim, é oportuna a parceria entre pesquisadores que atuam na área de saberes e desenvolvimento locais, para a construção de alianças e produtos que possam ser soluções para os impasses provocados por modelos distintos e, por vezes, conflitantes de antropização.